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    Prevenção à lavagem de dinheiro no setor jurídico

    Prevenção à lavagem de dinheiro no setor jurídico

    A prevenção à lavagem de dinheiro no setor jurídico exige atenção para as práticas que possam mascarar a origem ilícita de recursos, principalmente em áreas como Direito imobiliário, societário e contratual. Logo, os advogados e escritórios devem adotar medidas eficazes desde a observância das regras de ética profissional, até às regras específicas de prevenção à lavagem de dinheiro.

    O primeiro passo é conhecer bem o cliente, verificar a identidade, origem dos recursos envolvidos e a real finalidade das operações. Assim, se os valores são desproporcionais, os contratos muito complexos ou as estruturas societárias pouco transparentes, o risco aumenta e a atenção deve aumentar também.

    Outra questão indispensável é o registro e a guarda de informações. O setor jurídico precisa documentar as transações de modo que, caso necessário, possam ser auditadas. Logo, contratos e outros documentos e também comunicações que possam apontar tentativas de ocultação de patrimônio ou dissimulação de titularidade.

    Além disso, é importante que os escritórios de advocacia estabeleçam políticas internas claras de compliance, com treinamentos periódicos para a equipe, canais seguros para relatos suspeitos e procedimentos definidos para comunicação ao COAF, quando aplicável.

    O objetivo da prevenção da lavagem de dinheiro no setor jurídico é evitar envolvimento em esquemas ilegais e zelar pela integridade da atividade jurídica, evitando que ela seja usada como ferramenta para dar aparência lícita ao que é ilegal.

    Um caso recente e relevante de lavagem de dinheiro no setor jurídico empresarial no Brasil envolve o advogado Ahmed Hassan, conhecido como “Mude”. Em dezembro de 2024, ele foi preso durante a Operação Tacitus, acusado de operar um esquema milionário de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações apontaram que Hassan utilizava empresas de fachada e transações imobiliárias para ocultar recursos ilícitos provenientes de atividades criminosas. Sua atuação como advogado foi fundamental para conferir aparência de legalidade às operações financeiras do grupo criminoso.

    Outro exemplo significativo é a Operação Integration, deflagrada em setembro de 2024 pela Polícia Federal. Essa operação investigou esquemas de lavagem de dinheiro e irregularidades financeiras ligados ao mercado de apostas esportivas e entretenimento. Foram cumpridos 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão, resultando no bloqueio de quase R$ 3 bilhões em aplicações financeiras provenientes de lavagem de dinheiro. Entre os alvos estavam empresários, influenciadores digitais e artistas suspeitos de movimentar recursos de origem ilícita por meio de contratos de publicidade e patrocínio

    Não é raro que profissionais do setor jurídico utilizam da profissão para dar aparência de legalidade a recursos ilícitos, destacando a importância de medidas preventivas e de compliance dentro dos escritórios de advocacia e departamentos jurídicos.

    Quais são as medidas preventivas à lavagem de dinheiro?

    As medidas preventivas à lavagem de dinheiro são um conjunto de práticas destinadas a identificar, evitar e comunicar operações que possam servir para ocultar a origem ilícita de recursos.

    1. Conhecimento do cliente (KYC – Know Your Client)

    Antes de aceitar uma causa ou intermediar qualquer operação, é essencial entender quem é o cliente, sua atividade econômica, sua reputação e a origem dos recursos envolvidos. Isso vale tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.

    1. Diligência reforçada em operações atípicas

    Contratos com valores desproporcionais ao perfil do cliente, estruturas societárias complexas sem justificativa, pagamento em espécie, uso de terceiros para representar interesses — tudo isso exige análise mais cuidadosa.

    1. Registro e guarda de documentos

    Os escritórios devem manter registros claros das operações realizadas, contratos, comunicações relevantes e dados cadastrais, permitindo rastreabilidade e respaldo caso surjam questionamentos posteriores.

    1. Estabelecimento de políticas internas

    Protocolos objetivos sobre identificação de clientes, aceitação de causas, análise de risco e comunicação ao COAF (quando exigido) são fundamentais para uniformizar a conduta e evitar decisões improvisadas.

    1. Avaliação dos riscos

    As estratégias de prevenção precisam ser revistas periodicamente. O perfil dos clientes muda, os tipos de operação evoluem, e o crime também se adapta. A prevenção não pode se tornar uma formalidade congelada no tempo.

    Conclusão

    A prática da lavagem de dinheiro no âmbito jurídico empresarial revela vulnerabilidades que comprometem a integridade da advocacia e a segurança do ambiente corporativo. O enfrentamento efetivo desse problema exige a implementação rigorosa de controles internos, o fortalecimento das políticas de compliance e a responsabilização clara dos profissionais envolvidos. A manutenção da credibilidade do setor jurídico depende da conscientização de que a prevenção é um compromisso indispensável para preservar a confiança nas instituições e preservar o mercado contra práticas ilícitas.

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