A corrupção privada é uma realidade presente em muitas empresas, representando uma ameaça a ser considerada para a integridade e sustentabilidade dos negócios. Práticas como subornos, fraudes e lavagem de dinheiro comprometem a reputação das organizações e abalam também a confiança dos stakeholders e a legitimidade do mercado.
Para combater eficazmente a corrupção privada, as empresas devem implementar políticas de compliance rigorosas, promover uma cultura de transparência e ética, e investir em programas de treinamento para conscientizar funcionários sobre os riscos e consequências dessas práticas.
Neste artigo vamos tratar do conceito de corrupção privada e responder algumas perguntas frequentes sobre o tema! Acompanhe a leitura para saber mais!
A corrupção privada é um termo que faz menção à práticas corruptas que ocorrem no setor privado, envolvendo empresas, organizações não governamentais (ONGs) ou pessoas em transações comerciais, contratos, licitações ou outras atividades relacionadas aos negócios. Desse modo, atividades como subornos, pagamento de propinas, fraude, lavagem de dinheiro e outras formas de comportamento antiético que visam obter vantagens financeiras ou comerciais de forma ilegítima são assim consideradas.
O impacto da corrupção privada é de grande importância, mas difícil mensurar, ela afeta a concorrência justa, distorce os mercados, compromete a integridade das transações comerciais e descredibiliza a confiança pública nas empresas e na economia como um todo. Embora não haja regra no Brasil sobre o tema, há alguns projetos de lei em trâmite no Congresso Nacional, como o PL 4436/2020 o qual visa regular a matéria, criando um tipo penal vedando esta prática, conforme veremos mais adiante.
A corrupção afeta a esfera privada de diversas maneiras, causando impactos negativos para toda a sociedade. Abaixo estão alguns dos impactos mais relevantes:
A corrupção resulta em perdas financeiras significativas para empresas, através de subornos, fraudes em contratos e licitações, desvio de recursos e lavagem de dinheiro, reduzindo a rentabilidade das empresas e pode até mesmo levar à falência em casos extremos.
Empresas envolvidas em práticas corruptas ganham vantagens injustas sobre concorrentes honestos. Logo há uma grave distorção da concorrência leal no mercado, prejudicando empresas que agem de forma ética e comprometendo a eficiência econômica.
A descoberta de corrupção dentro de uma empresa causa danos irreparáveis à sua reputação. A perda de confiança dos clientes, investidores e parceiros de negócios gera uma queda nas vendas, perda de contratos e dificuldades de acesso a financiamento.
A corrupção privada está sujeita a investigações e processos judiciais, resultando em multas, penalidades e até mesmo prisões para os envolvidos. Além disso, as empresas estão sujeitas a ações regulatórias que podem afetar sua capacidade de operar no mercado.
A corrupção privada abala seriamente a confiança na eficácia dos sistemas econômicos e sociais, levando a uma perda de fé nas instituições e na governança corporativa o que causa efeitos de longo prazo sobre o desenvolvimento econômico e o bem-estar social de uma sociedade.
Confira alguns exemplos de corrupção privada que ocorreram em diferentes contextos:
Note que esses exemplos ilustram como a corrupção privada pode assumir diversas formas e ocorrer em diferentes setores e contextos empresariais.
A corrupção, frequentemente associada a práticas condenáveis entre servidores públicos, é combatida por meio de dispositivos legais como o artigo 317 do Código Penal, que trata da corrupção passiva. Além disso, leis específicas oferecem recursos para lidar com esse problema, permitindo o uso de evidências não contempladas no antigo Código de Processo Penal. Um exemplo notável é a Lei 12.850/2013, conhecida como Lei das Organizações Criminosas, que introduziu a delação premiada como instrumento de combate à corrupção.
No entanto, paralelamente à corrupção envolvendo servidores públicos, existe uma forma menos evidente, mas igualmente prejudicial: a corrupção nas relações privadas, que varia desde pequenas gratificações para obter tratamento privilegiado até casos mais graves, como o pagamento de propinas a funcionários de grandes hospitais para garantir a escolha de determinados fornecedores de materiais cirúrgicos.
Essas práticas, além de desvirtuarem a dignidade do trabalho e comprometerem a qualidade dos serviços, interferem na livre concorrência, um dos fundamentos do sistema capitalista. A luta contra a corrupção privada no Brasil é complexa, em parte devido à escassez de dados e estudos sobre o assunto, bem como à natureza intrincada desses delitos.
Apesar da falta de estatísticas oficiais e da tolerância social em relação a essas práticas, iniciativas globais, como a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, buscam enfrentar esse problema. No entanto, no Brasil, a corrupção privada é principalmente tratada no âmbito civil, com poucas exceções. Por exemplo, a Lei 9.279/1996 aborda a concorrência desleal no setor privado, enquanto o Estatuto do Torcedor, pela Lei 12.299/2010, criminaliza a corrupção e a fraude no âmbito esportivo.
Atualmente, também tramita no Congresso Naional o Projeto de Lei 576/2023, , que busca incluir no Código Penal artigos relacionados à corrupção privada. No entanto, a efetividade dessas medidas depende do entendimento e da vontade da sociedade, representada pelos legisladores, em promover mudanças significativas em práticas enraizadas há muito tempo. A conscientização sobre as consequências prejudiciais da corrupção privada é fundamental para a construção de uma sociedade mais ética e transparente.
A prevenção e detecção precoce da corrupção privada são fundamentais para proteger os interesses da empresa e preservar sua credibilidade no mercado. Portanto, é fundamental que empresas adotem medidas rigorosas de prevenção e combate à corrupção, incluindo a implementação de políticas de compliance, fortalecimento da cultura ética organizacional e investimento em mecanismos de denúncia e auditoria interna.
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