Tecnologia de prevenção à lavagem de dinheiro para empresas
Sua empresa conhece as tecnologias de prevenção à lavagem de dinheiro? A sofisticação dos crimes financeiros e o avanço das regulamentações nacionais e internacionais colocaram a prevenção à lavagem de dinheiro (PLD) no centro das estratégias de compliance corporativo. Por esse motivo, as organizações devem estar muito atentas a este aspecto para não se exporem a riscos jurídicos e multas milionárias, bem como o comprometimento da sua reputação, considerando que o mercado como um todo está cada vez mais sensível a critérios de integridade.
De acordo com o relatório de 2024 da PwC sobre crimes econômicos, 49% das empresas brasileiras afirmaram ter sido alvo de tentativas de fraudes financeiras nos últimos dois anos. A lavagem de dinheiro aparece como um dos mecanismos mais utilizados por organizações criminosas para mascarar a origem de recursos ilícitos, inserindo-os em atividades comerciais legítimas. Nesse cenário, a adoção de tecnologias especializadas em PLD é uma prioridade para empresas que operam em setores vulneráveis, como financeiro, imobiliário, mineração, transporte de valores e criptomoedas.
O que é prevenção à lavagem de dinheiro no setor privado?
Do ponto de vista corporativo, a prevenção à lavagem de dinheiro abrange um conjunto de práticas destinadas a identificar, bloquear e reportar atividades suspeitas de movimentação de recursos com origem ou finalidade ilícita. Trata-se de um dever regulatório previsto na Lei nº 9.613/1998, atualizada pela Lei nº 12.683/2012, e reforçado por normativos do Banco Central, da CVM e da Receita Federal.
Além das exigências legais, empresas que mantêm relacionamento com parceiros internacionais ou com o setor público devem demonstrar robustez nos seus mecanismos de Compliance, inclusive a adoção de tecnologias capazes de rastrear transações, monitorar comportamentos atípicos e cruzar dados com listas restritivas globais.
Soluções tecnológicas
O avanço da inteligência artificial e da análise preditiva abriu caminho para uma nova geração de ferramentas voltadas à prevenção à lavagem de dinheiro. Diferente dos métodos tradicionais, baseados em triagens manuais e checklists, as plataformas atuais permitem um controle dinâmico, inteligente e integrado aos sistemas de gestão empresarial.
- Plataformas de monitoramento transacional em tempo real
Atualmente existem ferramentas que utilizam machine learning para rastrear movimentações financeiras em tempo real, detectando padrões incomuns que possam indicar tentativas de ocultação de recursos ilícitos. As referidas soluções cruzam variáveis como volume, frequência, origem, destino e canal de transação, criando alertas automáticos para investigação interna.
- Sistemas de Due Diligence automatizada
Empresas como a Kronoos oferecem soluções para análise de clientes, fornecedores e parceiros comerciais com base em bancos de dados internacionais, mídias negativas, listas de sanções e vínculos societários. Esse tipo de verificação é indispensável para cumprir exigências do KYC (Know Your Customer) e evitar envolvimento com partes expostas a riscos legais ou reputacionais.
- Integração com órgãos reguladores
Algumas empresas já utilizam ferramentas que integram seus sistemas diretamente com plataformas como o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), facilitando o envio automático de comunicações obrigatórias. Esse modelo de integração reduz erros operacionais e garante conformidade com os prazos e exigências do órgão.
- Inteligência artificial para classificação de riscos
Alguns softwares baseados em IA, conseguem classificar o risco de uma transação, operação ou relacionamento com base em múltiplas fontes de dados estruturados e não estruturados. Além disso, aprendem com novos casos, refinando os critérios de alerta de forma contínua.
Cenário brasileiro: Tecnologia de prevenção à lavagem de dinheiro para empresas
O setor financeiro brasileiro lidera a adoção de tecnologias em PLD, principalmente após o aumento das autuações do Banco Central. Em 2023, ocorreu uma autuação de uma empresa do setor financeiro com 1,5 milhão no montante de R$ 18 milhões por falhas na comunicação de operações suspeitas ao COAF. Após o episódio, a empresa implementou a plataforma SAS AML, passando a operar com triagem automatizada e classificação de risco por IA. No ano seguinte, obteve redução de 82% no número de ocorrências manuais e aumento de 47% na precisão dos alertas.
Outra experiência relevante vem do setor de construção civil. Incorporadoras com alto volume de recebimentos em espécie passaram a adotar robôs de rastreamento de origem de recursos, acoplados ao ERP, permitindo que apenas valores com origem validada sigam para o fechamento de contratos. Esse tipo de controle foi decisivo para evitar sanções em auditorias de compliance conduzidas por bancos financiadores.
A pressão regulatória também tem impulsionado o uso de tecnologia. O Brasil faz parte do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), que impõe aos seus integrantes a adoção de medidas concretas para combater a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo. A partir de 2024, o GAFI passou a requerer que os países-membros mantenham informações atualizadas sobre os beneficiários finais de pessoas jurídicas. Essa exigência pressiona as empresas a aprimorar seus sistemas de rastreamento e identificação de titulares, reforçando a transparência nas estruturas societárias.
No setor privado, isso significa que qualquer empresa que contrate fornecedores, represente marcas estrangeiras ou opere com capital externo deverá implementar práticas consistentes de PLD, o que inclui o uso de tecnologia.
As ferramentas de PLD devem ser integradas ao programa de integridade da empresa, interagindo com áreas como jurídico, financeiro, auditoria interna e recursos humanos. As empresas que já estão mais maduras nessa frente operam com comitês internos de risco e ambientes unificados de dados, nos quais os sistemas de PLD interagem com plataformas de governança, gestão de terceiros e canal de denúncias.
A integração permite, por exemplo, identificar discrepâncias entre o perfil de um parceiro comercial e sua movimentação financeira, ou cruzar informações obtidas em processos trabalhistas com pagamentos suspeitos a prestadores de serviço. O objetivo é construir uma visão 360º dos riscos.
Desafios operacionais e barreiras culturais
Apesar da crescente oferta de soluções, muitas empresas ainda enfrentam dificuldades para adotar tecnologia em prevenção à lavagem de dinheiro, e os principais obstáculos são:
- Falta de cultura orientada a dados;
- Resistência de lideranças que enxergam o tema apenas como custo;
- Escassez de profissionais capacitados em PLD com perfil técnico;
- Ausência de estrutura e falta de iniciativa de investimento em tecnologias por parte da alta administração;
- Infraestrutura tecnológica obsoleta ou fragmentada.
Para além da tecnologia, a efetividade de uma estratégia de PLD depende da combinação entre ferramentas, capacitação e cultura organizacional. Por isso, investir em treinamento da equipe, promover ciclos de auditoria e revisar políticas internas são ações essenciais para sustentar o uso das ferramentas no longo prazo.
Conclusão
A prevenção à lavagem de dinheiro passou a ser um critério de maturidade empresarial. Não basta mais atender à legislação de forma reativa, é necessário antecipar riscos, agir com transparência e demonstrar compromisso ético em todas as esferas da operação. A tecnologia é o pilar que sustenta essa virada de chave, permitindo que empresas identifiquem, investiguem e mitiguem riscos com agilidade e precisão. A Kronoos desenvolveu soluções PLD eficazes para sua empresa. Fale com um de nossos especialistas e saiba mais!