Como ficou a regulamentação das casas de apostas?
A popularização crescente do mercado de apostas esportivas no Brasil tornou inevitável a necessidade de regulamentar o setor. A promulgação da Lei nº 14.790/2023 marca um novo capítulo para esse mercado, estabelecendo diretrizes claras tanto para as plataformas quanto para os apostadores.
Agora, o desafio é estruturar um mercado que demanda uma regulação e fiscalização rigorosas visando combater as fraudes e irregularidades. De acordo com matéria publicada no Jornal da USP, baseada em estudos realizados por especialistas, 28 milhões de brasileiros, cerca de 18% da população, já apostou online. O estudo realizado por uma entidade de renome, destaca a urgência da regulamentação, que visa oferecer proteção legal aos apostadores, que agora, pela nova lei, são considerados consumidores.
Neste artigo, vamos explorar o impacto dessa nova regulamentação no mercado de apostas no Brasil, destacando as mudanças para apostadores e empresas. Acompanhe!
Regulamentação das apostas esportivas no Brasil
A Lei 14.790/23 criou um marco importante, regulamentando as apostas esportivas no Brasil e permitindo a operação tanto online quanto física. O principal objetivo dessa regulamentação é tornar o setor regulado e viabilizar a fiscalização, com regras claras para o funcionamento dessas plataformas.
Entre as principais inovações está a criação de mecanismos que visam garantir maior transparência nas operações e proteção dos apostadores. A exigência de licenças para que as empresas atuem legalmente no país também foi estabelecida. Além disso, a nova legislação prevê a tributação sobre os prêmios e operações das empresas, o que deve contribuir para o aumento da arrecadação pública.
No entanto, para que essa legislação seja efetiva, é essencial que haja fiscalização rigorosa do seu cumprimento. Desse modo, as plataformas de apostas vão precisar se adaptar à nova regulamentação. A conformidade das empresas será fundamental para garantir o crescimento legítimo do mercado, combatendo a atuação de sites ilegais e a manipulação de resultados.
Apesar dos benefícios apontados, como a criação de empregos e o aumento da receita pública, a regulamentação também suscita debates sobre os impactos sociais, especialmente no que diz respeito ao vício em jogos. A nova lei busca equilibrar o desenvolvimento do setor com a necessidade de controle, evitando que o mercado se expanda de maneira descontrolada.
Como funciona a regulamentação das apostas esportivas no brasil?
No passado, as apostas e jogos de azar eram considerados contravenções penais no Brasil, sendo proibidos desde o Decreto-Lei nº 3.688/41. Contudo, em 2018, com a aprovação da Lei nº 13.756/18, as apostas de quota fixa passaram a ser regulamentadas, principalmente no que diz respeito aos esportivos. Esse movimento representou uma flexibilização nas leis relacionadas ao setor.
Até julho de 2023, o mercado de apostas esportivas ainda carecia de regulamentação específica, e os jogos de azar continuavam proibidos devido a obstáculos legais e políticos. Mesmo com a Lei de 2018 permitindo as apostas de quota fixa, o governo ainda não havia implementado uma regulamentação detalhada.
Durante esse período, muitas empresas de apostas operavam no Brasil, mas estavam sediadas no exterior, em países como Malta e Curaçao, cujas legislações favoreciam o setor. Isso dificultava o controle e a tributação, criando um ambiente informal até a aprovação da Medida Provisória 1.182/2023, em julho de 2023, que trouxe clareza para as regras.
A partir de janeiro de 2024, a Medida Provisória será convertida em lei, e apenas as empresas licenciadas poderão operar apostas em eventos esportivos oficiais, organizados por federações ou ligas. Logo, as empresas não autorizadas estarão proibidas de fazer publicidade e poderão ser multadas. O Ministério da Fazenda ainda precisa regulamentar os detalhes dessa lei, criando uma secretaria que ficará encarregada de credenciar e supervisionar as empresas de apostas.
Além disso, as empresas de apostas precisarão de licenças para operar legalmente. A nova secretaria será responsável por monitorar o volume de apostas e a arrecadação das plataformas, estabelecendo um controle mais rigoroso sobre o setor.
A nova regulamentação também foca no combate a crimes como a lavagem de dinheiro. As plataformas de apostas terão que informar o COAF sobre transações suspeitas e realizar a verificação da identidade dos apostadores. Essa medida visa impedir o uso das plataformas para ocultar recursos de origem ilegal e garantir um ambiente mais transparente e seguro para os jogadores.
Implementação da regulamentação das apostas esportivas no Brasil
A regulamentação das casas de apostas no Brasil foi estabelecida por meio da Medida Provisória 1.182/2023, que modificou a Lei nº 13.756/2018. O Ministério da Fazenda será responsável pela supervisão do setor, criando uma secretaria para gerenciar o credenciamento e monitoramento das empresas.
A Lei nº 14.790/2023, sancionada em dezembro de 2023, também contribui para a regulamentação, permitindo a operação de apostas esportivas tanto online quanto em estabelecimentos físicos. As novas normas visam aumentar a fiscalização, promover a transparência e garantir a segurança do mercado.
Benefícios da regulamentação
A regulamentação traz benefícios, tanto para o governo quanto para a economia do país. Haverá um aumento de arrecadação, com impostos sobre as operações de apostas, que poderão ser usados para financiar serviços públicos e projetos sociais.
Além disso, a regulamentação pode gerar empregos e fortalecer a economia local, com o estabelecimento de empresas de apostas no Brasil. A proteção do apostador também é um ponto importante: a nova legislação trata o apostador como consumidor, oferecendo-lhe proteção contra práticas abusivas e fraudes.
Vale frisar ainda que a regulamentação também visa combater o estigma associado ao mercado de apostas, transformando-o em uma parte legítima da economia, com regras claras e específicas.
Vício em jogos
Um dos maiores desafios da regulamentação das apostas esportivas é o controle do vício em jogos, ou ludopatia. Esse transtorno psicológico é caracterizado pela incapacidade de controlar a compulsão por apostas, levando a consequências negativas para a vida financeira e emocional.
Com a nova lei, espera-se que o Ministério da Fazenda adote medidas eficazes para proteger os jogadores e evitar o agravamento do vício em jogos. Embora a regulamentação ajude a controlar o acesso a plataformas de apostas, é essencial que as políticas de prevenção sejam robustas.
Além disso, a regulamentação proíbe a veiculação de publicidade dirigida a menores de idade, protegendo os jovens do impacto de influenciadores digitais e da exposição ao mercado de apostas.
Quando entra em vigor a lei das casas de apostas no Brasil?
A Lei n.º 14.790/2023, que regulamenta as apostas esportivas no Brasil, entrou em vigor no dia 11 de julho de 2023, data de sua publicação no Diário Oficial da União. No entanto, a operacionalização total dessa regulamentação dependerá da emissão de decretos e da estruturação do órgão responsável pela fiscalização, que será vinculado ao Ministério da Fazenda.
Esse processo envolve a definição de critérios para a concessão de licenças às empresas de apostas e o detalhamento das regras de funcionamento, como a tributação e medidas de proteção aos consumidores. Até que esses procedimentos estejam finalizados, o setor opera sob um período de transição.
Quais jogos são proibidos no Brasil?
No Brasil, determinados jogos de azar são proibidos pela legislação, especialmente aqueles definidos como baseados exclusivamente na sorte, sem exigência de habilidades específicas. A principal norma que regulamenta essa questão é a Lei de Contravenções Penais (Decreto-Lei nº 3.688/1941). Continuam proibidos:
- Cassinos: O funcionamento de cassinos físicos ou online não regulamentados é proibido, incluindo jogos de roleta, blackjack e outros jogos típicos de casino;
- Bingos: Apesar de uma liberação temporária nos anos 1990, a exploração comercial de bingos voltou a ser vedada, salvo exceções para fins beneficentes com autorização específica;
- Jogo do Bicho: Um dos jogos mais conhecidos no Brasil, mas ainda ilegal, envolvendo apostas em animais em combinações pré-definidas;
- Máquinas Caça-Níqueis: O uso de máquinas de jogos automáticos, como caça-níqueis, é considerado contravenção.
Algumas modalidades de jogos e apostas são permitidas porque estão devidamente regulamentadas por leis específicas, como as loterias da Caixa Econômica Federal, apostas esportivas regulamentadas pela Lei n.º 14.790/2023, e jogos beneficentes devidamente autorizados.
Como ficou a regulamentação das apostas?
A regulamentação das apostas esportivas no Brasil, com base na Lei n.º 14.790/2023, trouxe regras claras para o funcionamento do mercado, definindo diretrizes sobre quem pode operar, como serão fiscalizadas as operações e as condições de atuação das plataformas de apostas.
Principais aspectos da regulamentação das apostas esportivas no Brasil
Permissão para operação
A nova lei permite que empresas privadas operem apostas esportivas tanto online quanto em estabelecimentos físicos, como casas de apostas. No entanto, para atuar legalmente no Brasil, as empresas devem obter uma licença do governo brasileiro. A licença será concedida após uma análise detalhada da documentação das empresas pelo Ministério da Fazenda, que criará uma secretaria específica para gerenciar o credenciamento e monitoramento do setor.
Exigências
As empresas de apostas precisam se adequar às regras de funcionamento previstas na lei. Elas deverão seguir mecanismos de controle que garantam maior transparência nas operações, bem como proteger os apostadores contra práticas abusivas, como a verificação de identidade dos apostadores e a exigência de que as transações financeiras suspeitas sejam reportadas ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Tributação
A regulamentação prevê a tributação sobre os prêmios e operações das empresas de apostas. Os apostadores que ganharem acima de R$ 2.112,00 precisam pagar uma taxa de 30% sobre os prêmios ganhos. As empresas de apostas deverão pagar uma taxa de 18% sobre a Gross Gaming Revenue (GGR). A previsão de arrecadação pela Receita é de 3,4 bilhões.
Fiscalização
O Ministério da Fazenda é responsável pela fiscalização do setor de apostas esportivas. A futura secretaria criada pelo ministério será encarregada de supervisionar o volume de apostas, a arrecadação das instituições e garantir a conformidade com as regras estabelecidas pela lei. Isso envolve o monitoramento das operações, a análise de transações financeiras e a fiscalização de anúncios publicitários e das práticas de marketing.
Proibição de publicidade direcionada ou veiculada por menores de idade
A nova legislação proíbe a publicidade de apostas esportivas direcionada a menores de idade. Isso significa que influenciadores menores de idade não podem realizar qualquer tipo de ação publicitária sobre apostas.
Adoção de políticas de conscientização e prevenção ao vício em jogos
As empresas de apostas devem implementar políticas de conscientização sobre os riscos do vício em jogos. Elas precisam promover ações educativas para prevenir o problema, como acesso a informações sobre ludopatia e disponibilização de canais de apoio e tratamento aos apostadores.
Legalização dos "Fantasy Games"
Os "Fantasy Games", jogos em que os participantes formam times virtuais baseados em atletas reais de competições esportivas, são considerados apostas esportivas desde que envolvam a possibilidade de ganhos monetários. Eles devem seguir as mesmas regras e requisitos impostos à regulamentação das apostas esportivas.
Segurança jurídica
A regulamentação cria um ambiente transparente para os apostadores e empresas do setor de apostas. Com regras claras sobre como as operações devem ser conduzidas, os apostadores têm maior proteção contra práticas abusivas e fraudes, e as empresas podem operar com mais previsibilidade. Portanto, com a regulamentação das apostas no Brasil, espera-se criar um ambiente de apostas mais seguro, transparente e controlado, que equilibre a inovação e o crescimento do setor com a proteção dos consumidores e o combate a práticas ilegais e fraudulentas.
Conclusão
Uma regulamentação adequada é essencial para que o mercado de apostas no Brasil se desenvolva de forma saudável e sustentável. A legislação recente estabelece um panorama legislativo claro, com normas que orientam o funcionamento das plataformas e protegem os apostadores.
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