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O que é corrupção e quais são os tipos?

Written by Alexandre Pegoraro | 12/10/23 12:00

A corrupção consiste no abuso de poder para obter benefícios pessoais, ganhos indevidos ou vantagens ilegais, muitas vezes à custa do interesse público, afetando assim, diversos setores da sociedade, incluindo governos, empresas, instituições públicas e privadas.

Há diversos tipos de corrupção, que podem ocorrer principalmente na esfera pública, mas também na esfera privada com impactos igualmente negativos para as empresas, para o país e para a sociedade de maneira ampla.

Neste artigo abordaremos o conceito de corrupção, quais os tipos de corrupção e ainda responderemos algumas perguntas frequentes relacionadas a este tema tão relevante. Siga com a leitura e saiba mais!

O que é a corrupção?

A corrupção pode assumir várias formas, tais como suborno, nepotismo, fraude, lavagem de dinheiro, desvio de fundos públicos, entre outras práticas antiéticas. Ela destrói a integridade das instituições, distorce o funcionamento adequado de sistemas políticos e econômicos, e tem efeitos negativos sobre o desenvolvimento social e econômico.

Quais os tipos de corrupção?

No contexto legal brasileiro, a corrupção é definida como a prática de atos ilícitos que envolvem o uso indevido de poder, cargo ou função pública para obter benefícios pessoais ou para terceiros. As leis brasileiras tratam de várias formas de corrupção, incluindo suborno, peculato, corrupção passiva e corrupção ativa, entre outros crimes.

A legislação anticorrupção no Brasil abrange vários aspectos, sendo um dos instrumentos legais mais importantes, conhecida como Lei Anticorrupção. Essa lei estabelece a responsabilidade objetiva de empresas por atos de corrupção e prevê sanções administrativas, como multas, proibição de contratar com o poder público, e até mesmo a dissolução da pessoa jurídica em casos graves.

Os principais tipos de corrupção na legislação brasileira são:

  • Corrupção Ativa: Oferecer, prometer ou dar vantagem indevida a funcionário público, seja para que ele pratique, omita ou retarde ato de ofício;

 

  • Corrupção Passiva: Receber ou solicitar, para si ou para outrem, vantagem indevida em razão da função, seja para praticar, omitir ou retardar ato de ofício;

 

  • Peculato: Desvio de recursos públicos por parte de funcionário público em benefício próprio ou de terceiros;

 

  • Concussão: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, mas em razão dela, vantagem indevida;

 

  • Corrupção Privada: Prática de corrupção entre particulares, como suborno em transações comerciais.

Quais são as principais causas da corrupção?

A corrupção é um fenômeno complexo que tem várias causas inter-relacionadas. Dentre as principais causas da corrupção, destacam-se:

  • Cultura Institucional Fraca: Quando as instituições de um país têm uma cultura fraca, falta de transparência e responsabilidade, isso cria um ambiente propício para a corrupção prosperar;

 

  • Impunidade: A falta de aplicação efetiva da lei e a impunidade para aqueles envolvidos em atos corruptos encorajam práticas corruptas;

 

  • Baixa Remuneração e Condições de Trabalho: Os funcionários públicos estão mais suscetíveis a aceitar subornos como uma forma de complementar sua renda;

 

  • Falta de Transparência: Quando há falta de transparência em processos governamentais, contratações públicas e fluxos de recursos, torna-se mais difícil detectar e prevenir a corrupção;

 

  • Má Gestão Financeira: Sistemas financeiros fracos e práticas contábeis inadequadas facilitam o desvio de fundos e a manipulação de recursos;

 

  • Falta de Educação Cívica: A falta de educação cívica e consciência sobre os danos causados pela corrupção contribui para a sua persistência;

 

  • Desigualdade Econômica: Sociedades com grande desigualdade econômica tendem a ser mais propensas à corrupção, pois os que estão em posições de poder estão constantemente expostos à situações que permitem explorar seu status para obter ganhos pessoais;

 

  • Ineficiência do Sistema Judicial: Se o sistema judicial não funciona adequadamente, é mais provável que os envolvidos em atos corruptos escapem da responsabilidade;

 

  • Nepotismo e Favoritismo: A nomeação de familiares e amigos para posições de poder sem considerar o mérito acarreta práticas corruptas;

 

  • Pressão Social: Em alguns casos, a pressão social ou cultural pode normalizar a corrupção, fazendo com que seja aceita como parte da prática cotidiana;

 

  • Globalização e Complexidade: A globalização e a complexidade dos negócios e das relações internacionais criam oportunidades para a corrupção em transações comerciais e financeiras;

A corrupção geralmente é resultado da interação complexa desses fatores, e as soluções eficazes para combatê-la geralmente requerem medidas estratégicas, amplas e muito bem concatenadas e que visem fortalecer instituições, promover a transparência e criar uma cultura de responsabilidade.

Quais são as consequências da corrupção?

As consequências permeiam profundamente a governança, a economia e a vida cotidiana dos cidadãos. O Brasil, como muitos outros países, enfrenta desafios consideráveis no combate à corrupção, e compreender as consequências desse fenômeno é crucial para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e combate.

Em primeiro lugar, a corrupção compromete a integridade das instituições governamentais, afetando diretamente a confiança dos cidadãos nelas. Quando os cidadãos percebem que seus líderes políticos e funcionários públicos estão envolvidos em práticas corruptas, a confiança nas instituições democráticas é erodida. Isso não retira a legitimidade do governo e desencadeia uma espécie de “desilusão generalizada” com o sistema político, afetando a participação cívica e a eficácia das instituições democráticas.

Além disso, a corrupção prejudica diretamente a qualidade dos serviços públicos, pois os recursos que deveriam ser destinados a áreas críticas, como saúde, educação e infraestrutura, muitas vezes são desviados para interesses privados por meio de subornos, nepotismo e outras práticas corruptas. Isso resulta em serviços públicos deficientes, contribuindo para a perpetuação da desigualdade social e econômica.

No âmbito econômico, a corrupção distorce a concorrência e desencoraja investimentos. Empresas honestas muitas vezes enfrentam desvantagens nos processos públicos como os de licitação, por exemplo, devido à prevalência de práticas corruptas. A instabilidade econômica resultante pode afetar negativamente o desenvolvimento sustentável e a criação de empregos.

Além disso, a corrupção está intrinsecamente ligada à fragilização do sistema judicial. A falta de aplicação efetiva da lei e a impunidade para aqueles envolvidos em atos corruptos criam um ciclo vicioso que enfraquece ainda mais as instituições encarregadas de promover a justiça. Isso pode levar a uma cultura de impunidade, na qual os envolvidos em corrupção sentem-se protegidos contra a responsabilização pelos seus atos.

Em termos sociais, a corrupção contribui para a perpetuação da pobreza e para o sofrimento humano, tendo em vista que os recursos destinados a programas sociais muitas vezes são desviados, privando as camadas mais vulneráveis da sociedade de acesso a serviços essenciais. Essa realidade gera desconfiança e descontentamento social, exacerbando as tensões e divisões dentro da sociedade.

Para combater efetivamente a corrupção no Brasil, é essencial adotar o fortalecimento das instituições, o aprimoramento da transparência, a aplicação rigorosa da lei e a promoção de uma cultura de responsabilidade e integridade. A conscientização pública sobre os danos causados pela corrupção também é fundamental para mobilizar a sociedade civil e criar um ambiente propício para mudanças.

Qual a diferença entre suborno e corrupção?

O suborno é uma forma específica de corrupção. Enquanto a corrupção envolve várias práticas antiéticas, o suborno é uma delas, caracterizada pelo ato de oferecer, dar, receber ou solicitar vantagens indevidas para influenciar a tomada de decisões de uma pessoa em posição de poder.

Assim, a principal diferença reside na especificidade do suborno, que é um ato dentro do amplo espectro da corrupção. Ambos os conceitos estão interligados e são prejudiciais para a integridade das instituições e para o funcionamento adequado da sociedade.

Qual a melhor maneira de se evitar a corrupção?

Para prevenir efetivamente a corrupção, é fundamental adotar uma estratégia que envolva vários aspectos da sociedade, governança e cultura. Confira agora algumas estratégias centrais:

Fortalecimento Institucional

Investir na independência e eficiência de instituições responsáveis pelo combate à corrupção, como Ministério Público, órgãos de controle e judiciário. Assegurar que essas instituições tenham recursos adequados e autonomia para atuar.

Transparência e Acesso à Informação

Promover a transparência em todos os níveis do governo e setor privado, garantindo o acesso à informação para os cidadãos. Isso inclui a divulgação de gastos públicos, contratos governamentais e processos decisórios.

Educação

Implementar programas educacionais que enfatizem valores éticos e cívicos desde as primeiras fases da educação. Conscientizar a população sobre os impactos negativos da corrupção na sociedade.

Fortalecimento do Sistema Jurídico

Atualizar e fortalecer leis anticorrupção, garantindo penas proporcionais e efetivas para os envolvidos em práticas corruptas. Promover uma justiça ágil e eficaz, reduzindo a impunidade.

Estímulo à Participação Cívica

Encorajar a participação ativa da sociedade civil no monitoramento das instituições e na denúncia de casos de corrupção. Incentivar a criação e fortalecimento de organizações não governamentais comprometidas com a integridade.

Controle de Conflitos de Interesse

Implementar medidas eficazes para identificar e evitar conflitos de interesse no setor público e privado. Isso pode incluir a proibição de nomeações de familiares em cargos públicos e a criação de órgãos independentes para avaliação de ética.

Incentivo à Ética Empresarial

Estabelecer padrões éticos rigorosos para empresas, promovendo uma cultura de integridade e responsabilidade corporativa. Incentivar a implementação de códigos de conduta e a realização de auditorias independentes.

Cooperação Internacional

Participar ativamente de iniciativas internacionais de combate à corrupção. Isso envolve a colaboração em investigações transnacionais e a adesão a convenções e acordos anticorrupção.

Conclusão

A prevenção eficaz da corrupção deve combinar o fortalecimento institucional, a promoção da transparência, a educação cívica, a aplicação efetiva da legislação e a participação ativa da sociedade. Somente através de uma combinação coordenada desses elementos é possível criar um ambiente que desincentive práticas corruptas, promovendo integridade e responsabilidade em todos os setores da sociedade.

Além disso, no âmbito das empresas, é essencial fortalecer os programas de compliance com práticas que facilitem a identificação de condutas suspeitas. Conte com as soluções da Kronoos para otimizar as políticas de compliance da sua empresa. Converse com nossos especialistas e saiba mais!