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O que é AML e KYC?

Written by Alexandre Pegoraro | 26/11/24 12:00

O AML (Anti-Money Laundering) e o KYC (Know Your Customer), siglas que representam iniciativas de prevenção de crimes financeiros. As instituições financeiras lideram a aplicação dessas práticas, que se tornaram indispensáveis em setores como o de fintechs e corretoras de criptomoedas, regulados por normas rígidas e sujeitas a padrões internacionais. Logo, esses conceitos estão interligados e são essenciais para mitigar os riscos de atividades ilícitas que possam comprometer a integridade do sistema financeiro.

Neste cenário, a dinâmica do sistema financeiro global exige que as instituições desenvolvam processos robustos para prevenir fraudes, lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas. As estratégias de AML (Anti-Money Laundering) e KYC (Know Your Customer) são essenciais para a integridade das transações. O KYC, focado na verificação de identidade, estabelece as bases da relação financeira ao garantir que as partes envolvidas sejam quem dizem ser.

Por outro lado, o AML se estende para além da verificação inicial, implementando políticas de monitoramento de transações, identificando padrões suspeitos que possam estar ligados a atividades criminosas. Com a digitalização acelerada e a evolução das regulamentações, esses processos ganham cada vez mais relevância, desafiando as instituições a incorporar novas tecnologias e metodologias para lidar com o risco e a conformidade. Siga com a leitura e saiba mais qual a relação entre AML e KYC e como a tecnologia pode contribuir com esses processos!

O que é AML?

AML, ou Anti-Money Laundering, são as práticas destinadas a prevenir e identificar a lavagem de dinheiro, que consiste no crime de disfarçar a origem de recursos provenientes de outros crimes, como tráfico de drogas e armas, corrupção, suborno e fraudes. As instituições financeiras, como bancos, corretoras e fintechs, são obrigadas a implementar políticas robustas para monitorar transações e reportar atividades suspeitas, cumprindo as regulamentações nacionais e internacionais.

As práticas comuns de AML são a implementação de políticas internas para detecção de comportamentos atípicos, o monitoramento das transações financeiras e a emissão de relatórios regulares a autoridades reguladoras sobre movimentações suspeitas.

Um exemplo de aplicação prática ocorreu no escândalo do Danske Bank, em que a filial da Estônia foi usada para lavar cerca de €200 bilhões entre 2007 e 2015. Este caso revelou falhas graves nos controles de AML, resultando em penalidades financeiras e danos à reputação da instituição. Segundo investigações da Financial Times, a ausência de procedimentos adequados de monitoramento contribuiu para o sucesso do esquema criminoso.

O que é KYC?

O KYC, ou Know Your Customer, é uma etapa fundamental no processo de AML, focada na identificação e verificação de clientes. Essa prática permite às empresas confirmar a identidade de seus usuários, avaliar riscos e evitar relações com pessoas ou organizações envolvidas em atividades ilícitas.

O processo de KYC inclui basicamente a coleta de documentos de identificação, como passaporte ou carteira de identidade, comprovantes de endereço, como faturas de serviços públicos e a avaliação de dados financeiros e históricos de transações para identificar comportamentos de risco.

No Brasil, um exemplo de implementação de KYC ocorreu no setor de corretoras de criptomoedas, como reportado pelo Valor Econômico. Com o aumento da regulamentação internacional, plataformas como a Binance intensificaram as exigências de identificação de seus usuários para prevenir a lavagem de dinheiro e alinharem-se às normas estabelecidas pelo Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI).

Relação entre AML e KYC

Embora distintos, AML e KYC estão profundamente interligados. O AML representa o arcabouço estratégico que engloba práticas para combater a lavagem de dinheiro em um nível institucional e global, enquanto o KYC é um componente operacional dentro dessa estrutura, voltado especificamente à identificação de clientes.

O KYC fornece informações essenciais para que instituições financeiras cumpram as exigências de AML, permitindo a detecção de padrões atípicos de comportamento e prevenindo a entrada de dinheiro ilícito no sistema financeiro. Em outras palavras, o KYC é a primeira linha de defesa na luta contra crimes financeiros, enquanto o AML é o conjunto mais amplo de práticas que garante a integridade do sistema como um todo.

Diferença entre AML e KYC

AML (Anti-Money Laundering) e KYC (Know Your Customer) são processos integrados que compartilham o objetivo de combater crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo. Apesar de complementares, eles possuem escopos distintos que atendem a diferentes fases da relação entre instituições financeiras e clientes.

O KYC está centrado na coleta e validação de informações pessoais durante o início da relação financeira. Documentos como identidade e comprovante de residência são analisados para confirmar a legitimidade do cliente e prevenir fraudes. Vale notar que esse processo é essencial para construir um perfil inicial que servirá de base para monitoramento posterior.

O AML vai além da identificação inicial, envolvendo práticas e regulamentações globais que exigem vigilância constante. Seu foco é detectar e reportar transações suspeitas, garantir a conformidade com leis internacionais e proteger a integridade do sistema financeiro.

A fintech britânica Revolut enfrentou críticas severas da Financial Conduct Authority (FCA) devido a falhas no cumprimento das diretrizes de AML. As lacunas identificadas eram falta de monitoramento efetivo e atraso na identificação de atividades suspeitas. Para resolver essas questões, a empresa adotou tecnologias avançadas, como aprendizado de máquina, para monitorar transações em tempo real e prevenir fraudes de maneira mais eficiente. Esse caso exemplifica como o AML exige um monitoramento dinâmico para evitar riscos legais e danos à reputação.

Conclusão

A combinação de AML e KYC é essencial para fortalecer a integridade do sistema financeiro. O primeiro estabelece diretrizes amplas para combater crimes econômicos, enquanto o segundo foca na identificação de clientes e na avaliação de riscos. Juntos, esses processos são indispensáveis para criar um ambiente financeiro mais seguro e transparente, protegendo instituições contra o uso indevido por atividades criminosas.

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