A introdução das normas IFRS S1 e S2, em conjunto com a instrução CVM 193, redefine o cenário regulatório e demanda um novo nível de preparação das empresas. Logo, é preciso estar alinhado a esses requisitos para que a empresa se posicione de forma socialmente responsável perante o mercado. Embora o tema do Compliance já envolva uma ampla gama de regulamentações, como as iniciativas anticorrupção e a proteção de dados, essas novas diretrizes voltadas à sustentabilidade possuem uma abrangência global e inquestionável relevância no contexto ESG (Environmental, Social, and Governance).
Vale frisar que o movimento em prol da sustentabilidade não está passando despercebido pelos investidores, tanto que os Conselhos de administração e instituições como o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) estão fomentando a discussão, enquanto as áreas de Controladoria e Finanças das grandes empresas se mobilizam para liderar esse processo. Mas a pergunta que não pode ser ignorada é: sua empresa está preparada para atender às exigências das IFRS S1 e S2?
O IFRS S1 e o IFRS S2 são normas internacionais emitidas pela International Sustainability Standards Board (ISSB), voltadas para a padronização da divulgação de informações relacionadas à sustentabilidade pelas empresas, as quais fazem parte do esforço global para aprimorar a transparência e a comparabilidade dessas informações nos relatórios corporativos.
O IFRS S1 estabelece os requisitos gerais para que as empresas relatem informações sobre sustentabilidade, com foco em como questões ambientais, sociais e de governança (ESG) impactam a posição financeira e o desempenho da organização. O objetivo aqui é integrar essas informações aos relatórios financeiros já existentes, para que os investidores e outros stakeholders compreendam como os riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade influenciam a capacidade da empresa de gerar valor ao longo do tempo.
O IFRS S2 é mais específico e trata da divulgação de informações relacionadas a mudanças climáticas. A norma exige que as empresas relatem como os riscos e oportunidades climáticas afetam suas estratégias, operações e finanças. Essa norma é baseada nas recomendações do Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), um padrão amplamente reconhecido para a comunicação de informações climáticas.
Ambas as normas têm como propósito fornecer informações relevantes e consistentes para os investidores, permitindo decisões mais informadas e incentivando práticas empresariais responsáveis em relação à sustentabilidade.
Por fim, vale ressaltar que ambas as normas foram emitidas oficialmente em junho de 2023 e estão alinhadas com a tendência global de priorizar a transparência corporativa em questões ESG.
Desenvolvidas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), as normas IFRS S1 e S2 criam padrões globais para a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade. O objetivo é promover transparência, comparabilidade e consistência na forma como as empresas comunicam os impactos das questões ambientais, sociais e de governança sobre suas operações e resultados financeiros.
A IFRS S1 traz uma estrutura geral para a divulgação de informações de sustentabilidade, abrangendo riscos e oportunidades que possam influenciar diretamente os resultados financeiros da empresa.
Por outro lado, a IFRS S2 mantém o foco especificamente em questões climáticas, como os efeitos das mudanças climáticas sobre a organização, exigindo o reporte de emissões de gases de efeito estufa e outros dados relevantes.
As duas normas representam um marco na padronização dos relatórios de sustentabilidade, ajudando investidores e stakeholders a tomarem decisões mais bem fundamentadas.
A transformação na governança e nos relatórios
A adoção dessas normas exige rigor na elaboração de relatórios, priorizando precisão, rastreabilidade e integridade dos dados apresentados. A alta administração terá a responsabilidade de demonstrar a veracidade das informações, sujeitas a auditorias independentes. Nesse contexto, práticas como ESGwashing não serão toleradas, podendo ser tratadas como fraude corporativa, com consequências severas para a reputação e a viabilidade financeira da empresa.
Os Programas de Compliance precisarão evoluir para conter diretrizes específicas sobre a elaboração de relatórios de sustentabilidade com ações como revisão dos códigos de conduta, capacitação de equipes e ajuste de processos internos para que as informações fornecidas estejam em conformidade com as IFRS S1 e S2.
O canal de denúncias será um ponto crítico nessa transição, devendo abranger possíveis irregularidades relacionadas às novas normas, como fraudes em inventários de carbono ou falsificação de certificados.
A Due Diligence de fornecedores passará a incorporar critérios ESG, incluindo a análise de emissões de gases de efeito estufa. Para empresas reguladas pela CVM 193, o reporte do escopo 3 será uma exigência, tornando indispensável o monitoramento de riscos climáticos em toda a cadeia de valor.
A preparação adequada para as IFRS S1 e S2 não é apenas uma questão de conformidade, mas de liderança em um mercado cada vez mais orientado pela transparência e responsabilidade corporativa.
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