Como avaliar ativos intangíveis?
Sua empresa sabe como avaliar ativos intangíveis? Os ativos intangíveis representam até 90% do valor de mercado de muitas empresas, segundo dados da Ocean Tomo em pesquisa realizada em 2021. Os ativos intangíveis não aparecem nas prateleiras nem têm forma física, mas estão presentes em marcas, patentes, carteiras de clientes, softwares, know-how, franquias e outros direitos que impactam diretamente o desempenho financeiro e estratégico do negócio.
O método mais adotado é o Income Approach, que projeta os fluxos de caixa futuros vinculados ao ativo e os traz ao valor presente, aplicando taxas de desconto que refletem o risco do negócio. Essa análise não parte só dos dados contábeis, mas também considera informações comerciais, setoriais e macroeconômicas, além da interação com outros ativos que influenciam a geração de valor (Koller, Goedhart & Wessels, 2020).
Em contraste, o Cost Approach foca no montante necessário para substituir ou reproduzir o ativo, útil para bens que não geram mais receita, mas ainda têm valor residual. Já o Market Approach referencia operações recentes com ativos semelhantes para definir um valor justo, mas depende da existência de dados comparáveis no mercado (CPC 04 - Ativos Intangíveis, 2008).
Na prática, o Valuation de uma marca, por exemplo, não se resume a um número: traduz o poder de atração sobre clientes e a capacidade de gerar receita, sendo fundamental para negociações e planejamento estratégico (Interbrand, 2023). Patentes têm valor decisivo para decisões de manutenção, licenciamento ou venda, enquanto a carteira de clientes representa um ativo que impulsiona receitas recorrentes e amplia participação de mercado.
Os softwares e naming rights ampliam o leque, mostrando como ativos digitais e direitos de nomeação podem ser monetizados, contribuindo para operações financeiras e parcerias estratégicas.
Logo, não reconhecer o valor desses ativos significa renunciar a recursos importantes em negociações, investimentos e crescimento. Por esse motivo, avaliar intangíveis é quantificar a riqueza que eles criam, tornando possível usar esse patrimônio para operações de compra, venda, financiamento e gestão.
Avaliação baseada no impacto econômico
O ponto central na avaliação de ativos intangíveis é medir o benefício econômico que eles vão gerar no futuro. Não se trata de valor contábil, mas da capacidade desses bens de sustentar receita e competitividade ao longo do tempo.
O método de maior aplicação, conhecido como Income Approach, baseia-se na premissa de que a empresa continuará operando e gerando fluxos de caixa relacionados aos ativos intangíveis avaliados. Esse método projeta os ganhos futuros atribuíveis a esses bens e traz ao presente esses valores, descontando-os por uma taxa que reflita o risco específico do ativo e do setor em que a empresa atua. Isso exige um levantamento detalhado de dados financeiros, operacionais e mercadológicos, e um entendimento profundo do comportamento do mercado e dos ativos relacionados, conhecidos como contributory assets, que influenciam diretamente na rentabilidade dos intangíveis.
Outra abordagem, o Cost Approach, focaliza o valor do ativo a partir do montante necessário para substituir ou reproduzir o bem avaliado. Este método é particularmente útil para ativos que não geram mais fluxo de caixa positivo, mas que ainda têm valor residual para a empresa, como softwares descontinuados ou patentes que perderam relevância no mercado. A avaliação por custo também serve como parâmetro para contabilizar investimentos realizados, auxiliando na compreensão do histórico financeiro associado ao ativo.
O Market Approach traz uma perspectiva diferente, estabelecendo o valor do ativo intangível pela comparação com transações recentes envolvendo bens semelhantes no mercado. Essa comparação direta com preços praticados permite um parâmetro objetivo, mas depende da existência de dados suficientes e comparáveis, o que nem sempre está disponível para todos os tipos de ativos intangíveis.
O valor da marca, por exemplo, serve para evidenciar a força que o nome da empresa exerce sobre o cliente, traduzindo-se em fidelização, percepção de qualidade e capacidade de atrair novos negócios. O valuation da marca vai muito além do reconhecimento; ele serve como base para estratégias de marketing, investimentos em branding e negociação com parceiros ou investidores.
No caso das patentes, o valor monetário atribuído pode determinar a continuidade do investimento na inovação, orientar negociações para licenciamento ou venda, além de ser utilizado como garantia para operações financeiras. A decisão sobre manter ou abrir mão de um direito de propriedade intelectual, portanto, depende diretamente da precisão da avaliação realizada.
A carteira de clientes é outro ativo essencial, principalmente para negócios baseados em recorrência e relacionamento. Avaliar sua composição, segmentação e potencial de retenção permite não apenas estimar seu valor econômico, mas também identificar estratégias para expansão, cross-selling e aumento da fatia de mercado. Esse processo oferece insights para decisões que impactam diretamente o crescimento sustentável da empresa.
Os softwares e plataformas digitais, cada vez mais presentes em modelos de negócio inovadores, exigem uma avaliação que considere seu potencial de monetização e aplicação. O valor desses ativos influencia diretamente no planejamento estratégico, parcerias e até mesmo em processos de atração de investimentos para startups e empresas de tecnologia.
Por sua vez, a valoração do direito de nomeação, ou naming rights, mostra como ativos intangíveis podem ser usados de forma criativa para gerar receitas e fortalecer vínculos estratégicos, especialmente em setores como esportes, cultura e entretenimento. A modalidade tem ganhado relevância no Brasil, onde grandes estádios passaram a adotar o naming rights como fonte de receita, evidenciando o potencial de transformar espaços físicos em ativos financeiros por meio da associação de marcas.
Cada método exige dados detalhados: históricos financeiros, operacionais, mercadológicos e também macroeconômicos. Muitas vezes, o valor do ativo depende de outros ativos relacionados, o que requer análise conjunta.
Exemplos práticos e relevância para o negócio
Marca
Responsável por atrair clientes e gerar valor, a marca pode ser decisiva em negociações e abertura de capital. O Valuation permite entender o impacto financeiro real e gerar indicadores que aumentam seu valor.
Patentes
Além da proteção legal, a avaliação de patentes orienta decisões sobre manutenção, licenciamento e venda, além de servir como garantia em financiamentos.
Carteira de clientes
Base para vendas futuras e expansão de mercado, o valor dessa carteira ajuda a definir estratégias de fidelização, negociações justas e combinações societárias.
Software
Ativos digitais são avaliados isoladamente para transações específicas, como venda do código-fonte, licenciamento ou incorporação em fusões.
Naming Rights
Direitos de nomeação de espaços, comuns em estádios e eventos, têm valor estratégico que pode maximizar receitas e parcerias.
Por que fazer a avaliação de ativos intangíveis?
Com a valorização correta dos ativos intangíveis, a empresa ganha transparência para:
- Atrair investidores com base em dados reais.
- Negociar fusões e aquisições com clareza sobre o valor agregado.
- Usar intangíveis como garantia em operações financeiras.
- Apoiar decisões estratégicas e de crescimento sustentado.
Conclusão
Do ponto de vista corporativo, avaliar ativos intangíveis é fundamental para contribuir para negociações mais justas em fusões e aquisições, atração de capital com bases sólidas, estruturação adequada de garantias financeiras e apoio a estratégias de crescimento.
Além disso, os resultados dessas avaliações são fundamentais para a realização do Purchase Price Allocation (PPA), procedimento contábil que redistribui o valor pago em uma aquisição entre os ativos tangíveis e intangíveis da empresa adquirida. A correta mensuração desses bens evita distorções no balanço patrimonial e pode gerar benefícios fiscais e operacionais importantes.
Portanto, entender, mensurar e administrar os ativos intangíveis com rigor técnico e visão estratégica é parte do processo de maximizar o valor do seu patrimônio invisível para que ele seja devidamente reconhecido no mercado, ampliando suas possibilidades de crescimento e sucesso.
A avaliação de ativos intangíveis é indispensável para operações societárias, captação de recursos e definição de estratégias de crescimento. Sem um valuation preciso, a empresa corre o risco de negociar abaixo do seu valor real ou perder competitividade.
A Kronoos atua nesse processo ao oferecer inteligência aplicada à identificação e qualificação de ativos não evidentes. Com dados estruturados, a plataforma facilita análises patrimoniais, auditorias e decisões de investimento, apoiando o reconhecimento de valor em operações com ativos intangíveis.
Tratar esse patrimônio de forma técnica, mensurável e integrada à gestão é o que permite que ele de fato gere retorno. A avaliação de ativos intangíveis é indispensável para operações societárias, captação de recursos e definição de estratégias de crescimento. Sem um valuation preciso, a empresa corre o risco de negociar abaixo do seu valor real ou perder competitividade.
A Kronoos atua nesse processo ao oferecer inteligência aplicada à identificação e qualificação de ativos não evidentes. Com dados estruturados, a plataforma facilita análises patrimoniais, auditorias e decisões de investimento, apoiando o reconhecimento de valor em operações com ativos intangíveis. Lembre-se de que tratar esse patrimônio de forma técnica, mensurável e integrada à gestão é o que permite que ele de fato gere retorno. Converse com um de nossos especialistas e saiba mais!